Powered By Blogger

VET MOSCON

VET MOSCON
Paixão pelos Equinos!

sábado, 28 de janeiro de 2012

DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica)

Uma enfermidade bastante comum nos cavalos da cavalaria da PM-ES é a DPOC ou Obstrução Aérea Recorrente. Logo no início do estágio, percebi que algumas anormalidades: primeiro percebi muita tosse nos galpões, depois percebi, ao exame físico, que muitos animais tinham bastante dificuldade ao respirar, e alguns já haviam desenvolvido a hipertrofia dos músculos intercostais. E um último fator foi que eles possuíam alimentação diferente dos demais, onde a maioria recebia feno e esses animais, capim verde picado. Dado essas informações aliadas ao tipo de atividade que esses animais exercem (hipismo, treinamento militar,...) e o ambiente em que vivem, podemos dizer (sem exames específicos) que são animais portadores da DPOC. Claro, que minha "conclusão" foi amparada pelo Capitão Pacheco.


Bom, falando mais da doença...
Os equinos, assim como os seres humanos, são seres que podem sofrer de hipersensibilidade a certas substâncias, como exemplo a maravalha, feno (daí o motivo pelo capim verde), grãos, poeira ou até fungos e bactérias aspiradas. A enfermidade lesiona o trato respiratório inferior.
O principal fator etiológico é justamente a alergia por determinadas substâncias nas mucosas dos condutores das vias respiratórias. Muitos outros fatores etiológicos são também responsabilizados pelo desencadeamento da DPOC, como o vírus, principalmente da influenza eqüina bactérias como o Streptococcus zooepidemicus, Corynebacterium equi e Bordetella bronchiseptica; parasitas com o ciclo pulmonar, Dictyocaulus arnfield (fase larvária 4) e Parascaris equorum; fungos como o Aspergillus fumigatus, Aspergillus niger, Alternaria, Penicillium e Riffizopus sp, produzindo pneumonite alérgica por reação de hipersensibilidade (THOMASSIAN, 2005).
Os sinais clínicos nem sempre obedecem um padrão, onde os principais são justamente os encontrados na cavalaria (hipertrofia dos músculos intercostais, tosse não produtiva,...), podemos encontrar também intolerância ao exercício, resposta positiva ao reflexo de tosse (vídeo 01), frequência respiratória aumentada em repouso, sons de sibilos na ausculta pulmonar, dentre outros...


Na cavalaria, adotamos como terapêutica, primeiramente, a retirada do feno e melhora na ambientação do animal, soltando frequentemente o animal na pista para exercícios, limpeza da baia e a retirada do feno sendo substituído pelo capim verde. Como medicação, damos uma vez ao dia um mucolítico a base de n-acetilcisteína (pulmoplus) para diminuir as secreções e desobstruir as vias respiratórias.
O prognóstico nesses casos é bom. Claro que irá depender do empenho em estar sempre dando atenção especial para o animal e retirar das proximidades o que lhe sensibiliza. Já em relação à atividade atlética do animal ficará comprometida, uma vez que não suportará cargas altas de atividade.
Numa breve atualização, estamos, no momento, cuidando de 5 animais nessas mesmas situações.

                                                            Mucosa Cianótica (UFRS)

                                     Animal apresentando caquexia (grau 3, escala de 1 a 9)
Obrigado,

Nenhum comentário:

Postar um comentário